\Dilma discursa ao lado de Patrus Ananias em Belo Horizonte

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Dilma discursa ao lado de Patrus Ananias em Belo Horizonte

A presidente Dilma Rousseff participou, pela primeira vez nestas eleições, de um comício do Partido dos Trabalhadores (PT) em Belo Horizonte. Dilma esteve na Praça José Verano – conhecida como Praça da Febem -, na Região do Barreiro, na noite desta quarta-feira (3), em apoio ao candidato do partido à Prefeitura de Belo Horizonte, Patrus Ananias. A presidente estava acompanhada do vice, Michel Temer. Cerca de duas mil pessoas estiveram no evento, segundo os organizadores, e todos tiveram que passar por detectores de metal.

Por volta das 17h, militantes começaram chegar ao local do comício, mas os discursos tiveram início às 18h45. Passava das 19h quando foi anunciada a chegada de Dilma ao Aeroporto da Pampulha. Antes da presidente, discursaram petistas, como o ex-ministro Nilmário Miranda e o vice-prefeito de Belo Horizonte, Roberto Carvalho, além de representantes de vários partidos. Às 19h40, Dilma chegou à Praça da Febem, acompanhada de Patrus Ananias. Ela falou por cerca de 25 minutos.
Nascida em Belo Horizonte, a presidente falou sobre suas raízes mineiras. “Eu nasci em Belo Horizonte. Além de nascer em Belo Horizonte, eu andei pela primeira vez aqui em Belo Horizonte, as minhas primeiras palavras foram ditas aqui em Belo Horizonte, aqui eu estudei, eu fiz colégio estadual, depois eu entrei na faculdade. Aqui, em Belo Horizonte, eu aprendi a gostar de cinema, de música, a gostar de literatura. E também aqui em Belo Horizonte eu aprendi uma coisa importante, que os mineiros têm, sempre tiveram, que é ser capaz de lutar pelo seu país”, disse Dilma, rebatendo a declaração do senador do PSDB Aécio Neves, que se referiu a ela como “estrangeira”, conforme publicou nesta quarta-feira (3) o jornal “Folha de S. Paulo”. Aécio apoia o prefeito Marcio Lacerda (PSB), candidato à reeleição na capital mineira.

Logo após as declarações de Dilma, o senador se manifestou por meio de nota. "É lamentável ver que, até hoje, a presidente Dilma precisa gastar a maior parte do seu tempo tentando convencer os mineiros de que ela é mineira de fato. Ser mineiro vai muito além da certidão de nascimento. É preciso ter uma alma generosa e compromisso verdadeiro com o Estado. É injustificável que depois de 10 anos de governo do PT, questões essenciais para Minas, como os royalties de minério, o Anel Rodoviário, a BR-381 e o metrô ainda não tenham tido solução. Infelizmente, nesse caso, sou forçado a concordar com o ex-presidente Lula. Como ele já disse: 'a gente tem uma gaúcha governando esse país...'", afirmou.
Luta sindical e royalty
Durante o comício, a presidente também lembrou a época de batalha sindical, no fim dos anos 60, quando lutava por melhores condições de trabalho e remuneração na periferia de Belo Horizonte, especialmente a região do Barreiro, que concentra ainda grandes indústrias. Dilma também elogiou Patrus Ananias, e lembrou que ele era o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, quando o Bolsa Família foi criado.

Dilma acompanha discurso de Patrus em Belo Horizonte
(Foto: Pedro Cunha/G1)

Dilma Rousseff ainda falou, durante o discurso, que pretende fazer a lei da mineração, para que empresas que exploram minério no país paguem royalties como é feito com o petróleo. “Muitas vezes, se passa projetos que não têm condição de permanecer. O que que significa isso? O projeto tem falha. Aí, vamos supor, eu aumentei o royalty. Mas tem falha no projeto. Sabe o que que pode acontecer? As empresas podem entrar na Justiça e aí anula e não paga nenhum royalty. Como eu não quero isso, o nosso processo é o seguinte. Nós vetamos e vamos fazer a lei da mineração, cobrando royalty de minério como se cobra royalty de petróleo. A regra é essa. Minério tem que pagar royalty como paga o petróleo”, falou.
Também participaram do comício o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Eleonora Menicucci, o ex-ministro Nilmário Miranda, entre políticos de Belo Horizonte e de Minas Gerais de vários partidos.